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Mostrando postagens de junho, 2016

Aurora Revert Francisco

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Ela é o meu cabelo curto, o esmalte descascado na minha unha, as olheiras no meu rosto. Ela é o brinquedo espalhado pela sala, é o melado no controle remoto, Ela é o farelo no sofá, as tesouras e quadros no alto. Ela é a marca de mão nos móveis, o embaçado nos vidros. Ela é o ventilador desligado, a porta do banheiro fechada, a gaveta da cômoda aberta. Ela é as frutas fora da fruteira, os plásticos amarrando os armários. Ela é o valor do trabalho, a vontade de aprender, a minha força, a minha fraqueza, a minha riqueza. Ela é o aperto no meu peito diante de uma escada, é o cheirinho no meu travesseiro. Ela é o vazio triste no silêncio de dormir, o meu sono leve durante a noite. Ela é o meu ouvido aguçado enquanto durmo. Ela é o arrepio quando me chama, a paz quando me abraça, a emoção quando me olha. Ela é meu cuidado, a minha fé, o meu interesse pela vida, a minha admiração pelas crianças, o meu amor por Deus. É o meu ontem, o meu hoje, o meu amanhã. Ela é a vontade, a inspiração, a l

A arte de apurar, requentar e saborear.

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Como fazer um bom caldo, ou uma fejuca, uma dobradinha, uma torta gelada e por ai vai, tempera-se, cozinha e deve ser servido no outro dia, requentado, porque o caldo engrossa, encorpa, o tempero penetra, afunda nos principais ingredientes, e assim quando requentado, se servido com um acompanhamento, pãozinho, cheiro verde, torresmo, hummmm, que delicia, assim mesmo é o tal do amor, não passa de uma receita que deve ser feita a banho maria de preferencia no fogo brando, devagarinho, e depois que tudo estiver cozido, deixa descansar, e requente quando achar que esta no ponto, enquanto isso vá agregando temperinhos, palavrinhas, e muita astucia, o amor não morre, não acaba, o amor pode ser requentado diversas vezes, mas nunca com pressa, assim como massa de torta, deixe descansar, deixe o tempo passar, deixe os dias chegarem na primavera e depois no inverno, deixe que o tempero realmente pegue nos principais ingredientes, o amor requentado é muito mais lucido, a paixão requentada tem cal

CONSELHOS DE PUTA VELHA.

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CONSELHOS DE PUTA VELHA. Não se esforce demais. O lingerie de seda, o perfume importado e o jantarzinho a luz de velas com vinho caro é para quem merece. Al gumas mulheres têm mania de pegar um ficante que encontrou há a uma semana na balada, levar pra casa e tratar como um rei. Tratamento vip é para namorado firme e marido, se merecerem. Porte-se como uma joia rara e como tal não se doe facilmente para o primeiro que aparecer, não importa o nível da sua carência, seja valiosa. Pare de ser tão boazinha. Abrir mão do que gosta, mudar o jeito de ser, deixar de se divertir, só porque começou um relacionamento e está apaixonada? Homem gosta de mulher com vida própria, orbitar em volta dele é receita certa para o fracasso, ele pode momentaneamente demonstrar que gosta deste estilo, mas logo se cansa. No fim você perde o namorado e os amigos. Sem contar que ele não vai abrir mão de assistir futebol para ficar com você. Use o mesmo critério para lidar com ele e no fim ele

Cuidado

As pessoas apaixonadas, em geral, se tornam impacientes, perigosas. Perdem o senso de perspectiva. Perdem o senso de humor. Ficam nervosas, tornam-se chatas, psicóticas. Podem virar assassinas. Charles Bukowski

Exatamente !

O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece. Charles Bukowski

Definitivo - Martha Medeiros

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Definitivo Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.  Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.  Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.  Sofremos não porqu