Eu e ele em New Orleans num Jazz quente
Ele é um negro, como estes caras do Jazz, de jeito envolvente, calmo, lento, mas voraz e agressivo ao mesmo tempo, os dedos dele sob meu corpo são como os dedos do John Coltrane tocando de leve, mas causando muito barulho com seu trompete, dedos que percorrem, que acariciam, dedos poderosos, aquele cheiro, vezes do suor que me agrada demais, vezes do hálito que me deixa entorpecida, com aquele cheiro de bebida alcoólica e nicotina, viajo nas palavras, na mansidão do som que sai da boca quente que ele tem, tão sensível e ao mesmo tempo tão direto e sincero, as mãos são enormes, os braços fortes, a expressão do rosto quase nunca sorri de gargalhar, é um sorriso pequeno, escondido, sedutor, emblemático, me sinto a Ella Fitzgerald num show particular pra ele, soltando minha voz, acariciando seu corpo com minha boca, e pedindo como um jazz intenso, me toma, eu desejo isso, ele me leva com ele para vários lugares através de canções, histórias, carinhos, cerveja, aquele chão, o tapete, o chei