Eu e ele em New Orleans num Jazz quente

Ele é um negro, como estes caras do Jazz, de jeito envolvente, calmo, lento, mas voraz e agressivo ao mesmo tempo, os dedos dele sob meu corpo são como os dedos do John Coltrane tocando de leve, mas causando muito barulho com seu trompete, dedos que percorrem, que acariciam, dedos poderosos, aquele cheiro, vezes do suor que me agrada demais, vezes do hálito que me deixa entorpecida, com aquele cheiro de bebida alcoólica e nicotina, viajo nas palavras, na mansidão do som que sai da boca quente que ele tem, tão sensível e ao mesmo tempo tão direto e sincero, as mãos são enormes, os braços fortes, a expressão do rosto quase nunca sorri de gargalhar, é um sorriso pequeno, escondido, sedutor, emblemático, me sinto a Ella Fitzgerald num show particular pra ele, soltando minha voz, acariciando seu corpo com minha boca, e pedindo como um jazz intenso, me toma, eu desejo isso, ele me leva com ele para vários lugares através de canções, histórias, carinhos, cerveja, aquele chão, o tapete, o cheiro da casa, estamos num bar em New Orleans, a fumaça do cigarro torna o clima exageradamente noturno, a meia luz acesa em outro cômodo, cria algo confortável, ele é incomodado, quer me receber bem, me sinto extremamente bem no mais simples ambiente em que seja tratada como ele me trata, existe um respeito, embora nossos corpos estejam nus, e o sexo tenha acontecido mais de uma vez, ele é meu Milles Davis e tem em meu corpo uma fonte inesgotável de melodias marcantes, ele me fascina com suas loucuras verbais, me beija como se a boca estivesse num trompete, me segue com os olhos, fuma, bebe, me deixa a vontade, relaxada, quero estar ali, estamos num bar em New Orleans, estou com ele, tem o som de notas musicais que saem de um piano no canto, convido ele pra dançar, ele diz: quanto tempo não danço assim, sou uma mulher grande, mas perto dele fico pequena, baixinha, ele é enorme, másculo, forte, estou excitada o suficiente para não querer que ele me solte de jeito nenhum, ele sabe colocar as mãos na minha cintura de uma forma fatal, a cor da pele, o piano bar, os movimentos, uma luxúria, pecado, fico colada no corpo dele, que é quente, a noite esta fria, e o cobertor esta cheiroso, a casa em silencio, ele me pede pra não fazer barulho, mas que vontade de gritar, gargalhar, gemer, ele é discreto, é tranquilo, me faz mulher por vezes, e o jazz daquela dança que não para, do clima que envolve, é noite quase finda, é madrugada que chegou e o dia esta amanhecendo, a cerveja não acabou ainda, quebrei a taça, sempre quebro, porque ele deixa do lado dele e eu nunca vejo ela lá, derrubo a cerveja, o cigarro esta no cinzeiro ao lado, é uma canção estes encontros, a madrugada combina com ele, comigo, ele é um jazz no meus lábios, sou uma negra num bar em New Orleans, ingerindo bebida alcoólica e observando aquele negro no canto dele, aquele negro com as mãos no bolso, aquele negro com a logneck em uma das mãos, e a outra dentro do bolso, aquele negro, eu gosto do cabelo dele, eu gosto do cheiro dele, eu gosto de abraçar ele pelas costas e sentir a perna comprida passando por cima das minhas coxas grossas, eu gosto quando ele respira no meu cangote, eu gosto muito das mãos dele adentrando meu cabelo, puxando minha cabeça na intenção que ele quer, eu gosto das palavras indiscretas ao pé do meu ouvido, eu gosto de não me sentir presa, de não prende-lo, e mesmo assim, eu gosto quando te encontro por ai.


#lobomal #souseutrompete #mebeija #meumilles #metoca #aloba

Comentários

Anônimo disse…
Vc é quente Loba !

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