eu, os meus e os outros

  1. ...uma noite fria, aqueles olhinhos, ela se postou na janela, seriam mais de 22 hrs ali sentadinha, um tempão para pensar, para ler e repensar de novo, sei lá o que, sobre sei lá quem, a menina estava ali embrulhadinha em sua manta cheia de florzinhas, espiando o movimento lá fora, o céu cinzento mostrava algumas estrelas, melancolicas como ela naquele momento, um sorriso escancarou sua cara sem vergonha, alguma coisa estava perfurando seus pensamentos, há são tantas coisas que acontecem, são tantas novidades, e todas estas coisas nem sempre são o que são...ela se postou, tirou as botas, abriu um salgadinho, cheio de glutem e outras coisas que são péssimas para o organismo e para o corpo todo, mas foda-se ele é gostoso e além do mais, ninguém esta vendo mesmo, ela comeu o pacotinho todo e fechou com umas 05 latinhas de skol geladaaaa, adormeceu, não pensava em nada, não achava nada e nem queria nada, estava ali, se o destino fosse outro, estaria ali da mesma forma, ela estava indo, de boa, tranquila, sossegada na sua poltrona 27. A moça acordou, um clima quente, furando a cabeça, uma dor de cabeça deliciosamente dolorida, quando a cabeça doi, a gente não tem tempo para pensar em merdas ou qualquer assunto, quando a cabeça doi é assim, ou você toma um analgesico ou toma outra cerveja, eram exatas 3:00hrs da manhã, porque não outra cerveja e mais um pacote daquela batata maldita, a batata maldita não entrava, mas a bendita cerveja muito bem, ali geladinha, o fone de ouvido é nestes momentos o melhor amigo que alguém pode ter, já estava na terceira latinha, ao som do maravilhoso Nelson Gonçalves, este cara realmente sabe como me deixar felizinha, adormeci novamente, um soninho delicia, e como tenho panico de escuro, o busuca todo escuro e a minha lusinha acesa, gritando e eu nem ai, doidinha de tanta cerveja, ali jogada, com as pernas pra fora da poltrona, e o som do celular no último volume,delicia total, muito melhor que massagem, sexo ou qualquer outra coisa assim. Já reparaste como o mundo parece feito de pontas e arestas? já chamei tua atenção para a escassez de contornos mansos nas coisas, para vai, vc esta contornando demais.Tem coisa mais triste que insistir sem fé alguma? não acho que não, por isso tantas cervejas... dias sempre como véspera de partida, melhor que sejem assim, como se fossem o último. Movimento-me entre as pontas como quem sabe que daqui a pouco já não vai estar presente.As malas estão prontas, as despedidas foram feitas.Caminho de um lado para o outro da estação, é tudo um imaginario louco, um escandaloso sonho de não ser mais quem eu sou, ou de estar por alguns instantes longe de tudo e de todos. Uma senhora entrou na outra parada, ficou do meu lado e falava, falava o tempo todo, sei lá o que ela falava, eu ouvia e concordava, isso é tudo que queremos que concordem conosco, mais nada, se você se calar , ouvir e concordar ganha o mundo, mas se opinar, ta ferrado, fudido e mal pago, estou proibidissima de manifestos, sejam eles de ternura, carinho ou afeto, talvez um sorriso no canto da boca, mas que isso, impossivel, não tenho nem vontade e muito menos animo. Quero dias perfeitos, cheios de flores, cores e festejos, por isso meu silêncio é tão importante. A velha safada continuava a falar, mas não me incomodava em nada, não fazia diferença, é horrivel quando sabemos certas coisas, quando observamos, e infelismente chegamos a conclusão que não nos agrada... vai começar um filme, Perfume de Mulher, interessante, eu gosto bastante deste filme... um cara na poltrona da frente me olha e oferece outra, acho que ele esta na mesma condição desgraçada do momento, ficamos ali batendo um papo, tomando uma cerveja, vendo o filme e escutando as vezes a velhinha que continuava falando, sei lá do que de quando tinha uma casa sei lá onde, e aconteceu sei lá o que... a noite acabou, o dia raiou, ela tomou café, vomitou, escovou os dentes e voltou para outro filme, só que desta vez olhando uma paisagem quase pintada, tudo verdinho, a janela do busuca parecia uma tv, ou uma tela...eu era novamente eu, aquela de antes, cagando pro que não me faz bem, vomitando verdades e gritando meus sentimentos, a quem muito merecer, somente eu, os meus, e o RESTO os outros.

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