Veio meio assim sem querer, me olhando, sambando..pedindo, querendo permissão...

Ele começou a sambar bonito e veio vindo para mim, me olhava nos olhos quase sorrindo, aquela barba por fazer, a cor da pele, o jeito serio, quase grosso, uma ruga tensa entre as sombracelhas, pedindo confirmação, confirmei, quase sorrindo tbem, a boca gosmenta de tanta cerveja morna, gosto que eu nem indentificava mais, passando de mão em mão dentro dos copos de plástico. Ogum beira - mar sambando bonito e bandido, vindo, vindo e vindo. Um movimento que descia feito onda, dos quadriz pelas coxas, ate os pés, ondulado, entaum olhava para baixo e o movimento subia outra vez, onda ao contrario, voltando pela cintura ate os ombros e cantava, me olhava e continuava a cantar. Era então que sacudia a cabeça olhando para mim, cada vez mais perto. Eu estava toda suada, estranha, meio bebada, o lapis que contornava os olhos, agora borrado. Todos estavão ali, mas eu não via mais ninguém além dele, lindo, diferente, meio arrogante, pedindo meus carinhos com os olhinhos. Eu já o tinha visto antes, não ali. Fazia tempo que eu sei, não sabia onde, nem quando, eu tinha andado por muitos lugares. Ele tinha um jeito de quem tbem tinha andando por muitos lugares num destes lugares quem sabe aqui, ou ali, mas naum lembraríamos antes de falar um com outro, talvez tbem nem depois de falarmos, só que não havia palavras, havia um movimento, a dança, o suor, os corpos, o meu e dele se aproximando mornos, sem querer, mais nada além daquele chegar, cada vez mais perto, na minha frente ficamos nos olhando, eu tbem dançava agora, acompanhando o movimento dele,assim: quadris, coxas, pés, onda que desce, olhar para baixo, voltando pela cintura até os ombros, onda que sobe, então resolvi sacudi os cabelos, levantar a cabeça e encarar sorrindo, a permissão. Ele se encostou o peito suado sob a camiseta, nossos cheiros começaram a se misturar, ele estendeu as mãos abertas, passou pelo meu rosto, falou qualquer coisa, a música estava alta demais par entender, mas decifrei um linda ao fundo da frase. Ele não parecia assim tã sedutor nem nada, apenas um corpo que por acaso era de um homem gostando de um corpo que por um acaso era o de uma mulher, o meu, estendi as maõs abertas passei pelo rosto dele, sorri e continuei a dançar, seu nome, ele disse, áaa sem nomes vai, isso não vai mudar nada, eu disse, a boca dele veio entreaberta se aproximando, parecia um figo maduro quando a gente faz com a ponta da faca uma cruz na extremidade mais redonda, e rasga devagar a polpa, revelando o interior rosado cheio de grãos, já se foi a lucidez, a música, a dança, todos os sentidos, tateamos nossas carnes, com os beiços grudados, suspeito que o verei novamente, suspeito de varias coisas a seu respeito, suspeito, apenas suspeito.

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