seguindo...

Morrendo de medo, com as mãos trêmulas e o coração disparado eu disse sim, sim a solidão, ao descarte, as coisas mais sinceras do dia a dia, como por exemplo o "não" para muitas coisas, e foi assim que eu disse sim, sim pra mim, sim de uma forma grande e profunda, sim de um jeito deliciosamente minha, eu e eu dentro do banheiro, eu comigo, pensando, ensaboando, descartando, deixando pra lá e passando pra cá, menos um, como diz um parceiro, eliminando, pintando o sete, sozinha aqui dentro de um espaço somente meu, estou assim estes dias, dizendo sim pra mim, so assim, dizendo sim, a cada dia, sem pensar nas calorias, comendo o pudim, sem pensar em mais nada, dizendo sim pra mim, pensando em comprar um cachorro. Impressionante como minhas palavras nunca chegam ate certos ouvidos, e derepente, ufaaaa não interessa este sim, so o sim que eu digo pra mim, você, nem ele, nem mais ninguém vai saber que dentro de mim, existe um sim, um sim só pra mim. Eu estou presente aqui, eu estou ali, estou em todos os lugares, e desconsideravelmente não me interesso por quase nada, deixando mais um, outro e mais outro pela estrada, em cada pegada, em cada parada. Cada hora, numa aurora, e dia de me ver que sorte grande, silenciada com minhas palavras, numa discurssão, tão pouco quero me doar, tão de nada vai saber você, e aquelas, não mais no meu mundo, estou carente, solitária, mais ainda tenho música, letra e muito mais, tenho uma força que vem de dentro e me faz ir, ate lá, depois de lá, nem sobem mais palavras por minha garganta, me sinto esgotada disso e daquilo, quero respirar sozinha, andar, me encantar e sentir aquele olhar, estou sobrevivendo, estou assim ofegante a cada instante, vocês vão deixar passar e depois eu estarei novamente aqui, e de nada mais importara que suas opiniões sejam expostas, não me machucaram ou me farão feliz ou mudar de idéia sobre nada, porque estou surda. Eu tenho tantos feijões separados dos ruis encima da mesa, catei um monte ruim e separei, alias ruim não sei, mas ruim pra mim sim, e eu disse não a eles e sim pra mim, estou catando novos feijõezinhos, começando uma colheita ou não, mas estou ai, caçando, procurando, investigando, com os olhos bem abertos, coração atento a tudo, aberto para cinco, somente estes, estou tão afim de nada, estou tão desprendida de tudo, estou fascinada por mm, e pela grande vantagem que é me querer bem, me querer a todo instante, me satisfazer, estou assim, dizendo sim, e continuando pra frente, estou passeando por aqui e logo logo estarei de volta ao meu verdadeiro lar, regressando pra casa, que é tão longe, já estou fazendo minhas malas e deixando os lixos na porta, dizendo sim só pra mim, nem o telefone tenho mais tanta vontade de atender, estou enxendo meus pulmões de vida, e me levando, sem feridas, dors ou amores, estou indo, devagar, respirando, dizendo aquele sim. O coração ta tão bonzinho, tão suave, tão meuzinho, eu, meu sim, e aqueles feijoes que sobraram na toalha colorida encima da mesa. Mesmo quando eu não merecia eu tinha alguns feijoezinhos do meu lado, aqueles de tão distantes, feijoezinhos preciosos, meus amores verdadeiros, Deus me proteja de gente má, cruel, invejosa. Mas, principalmente, de gente sem graça, sem sal, sem veneno, sem beleza e sem loucura. As coisas só começam a fluir, quando a gente permite que isso aconteça. Eu tô confiando em mim, me permitindo, porque eu sei que posso muito, mereço muito! E como é bom eu finalmente me dar essa segunda chance, depois de ter dado tantas pra quem nem valia a pena, amizades que nunca existiram, amores que nunca foram meus, e o melhor eu querendo ser uma pessoa que nunca fui e nunca serei, eu sou assim, Patrícia, ou Polia ou Patinha, e a maioria que convivi comigo nem sabe que eu sou so isso.


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